Foco crescente de atenção das empresas, a classe C ainda representa um imenso potencial de consumo para a indústria e o mercado imobiliário, indica a pesquisa “Classe C Urbana do Brasil: Somos iguais, Somos Diferentes”, divulgada nesta terça-feira (5) pelo Ibope.
De acordo com o levantamento, 37% da nova classe média pretende comprar um imóvel nos próxmos meses. Além disso, 9,5 milhões de pessoas do grupo desejam comprar um automóvel.
O estudo aponta ainda que a classe C prefere fazer compras em loja de ruas a comprar em shoppings. “As pessoas se sentem mais à vontade do que em shoppings luxuosos. Além disso, o preço do estacionamento em geral é muito caro”, diz Dora Câmara, responsável pela pesquisa, que avalia que esse quadro deve mudar nos próximos anos com o crescimento no número de empreendimentos próximos a metrô.
A coleta de dados foi realizada entre os meses de fevereiro de 2009 e janeiro de 2010, em 9 regiões metropolitanas. Cada um dos entrevistados respondeu cerca de 1 mil perguntas.
De acordo com o Ibope, há maior concentração de renda entre R$ 600 e R$ 2.099 entre os entrevistados. Para classificar como classe C, o Ibope usa o critério Brasil de posse de bens, mas não soube informar quais e quantos itens caracterizam essa categoria na pesquisa.
Segundo Dora, a pesquisa aponta que 61% da classe C não quer ter dívidas e planeja os gastos mais do que os mais ricos, porque “não pode errar”. “A maioria da classe C quer economizar, mas tem muito acesso a crédito e tem consumido”, diz.
“Cerca de 65% da classe C2 planeja bem a compra de produtos caros, porém quando vai ao supermercado, 29% declara ser impulsiva”, diz o estudo do Ibope.
Grupos de consumo
O estudo divide a categoria em quatro grupos diferentes em relação ao consumo: racionais (31%), consumistas (29%), personalistas (21%) e conformistas (19%). “As mulheres destacam-se entre as consumistas, para as quais consumir é um ato de autoestima; mas quando trata-se da aquisição de bens duráveis de maior valor a compra é planejada”, afirma Dora.
Composta basicamente por jovens, os personalistas são egocêntricos e rejeitam tradições. Os conformistas, diz o Ibope, são na maioria homens, “despojados, descuidados e não dão importância para a aparência”.
A autoimagem é importante para essa fatia da população, diz a pesquisadora do Ibope.”Uma caracterísica importante é que elas gostam que as pessoas pensem que elas são bem-sucedidas”, afirmou.
O levantamento do Ibope foi feito com base nas informações do Target Group Index, estudo do Ibope que analisa mais de 200 categorias de produtos junto a uma amostra de cerca de 20 mil indivíduos entre 12 a 64 anos nas principais regiões metropolitanas do Brasil. De acordo com o instituto, a amostra representa quase metade da população dentro da faixa etária pesquisada.
Fonte: G1