Pode parecer mentira, mas ser corretora de imóveis antes de 1958 era ilegal. Isso mesmo: há apenas seis décadas, o papel profissional da mulher no mercado imobiliário nem existia oficialmente! Isso só mudou com a alteração do artigo 37 do Código Comercial Brasileiro, por decisão da justiça.
Graças a Deus, em 2020, o cenário é outro: as corretoras hoje cumprem um papel essencial e constantemente derrubam as barreiras pelo caminho.
Mulheres buscam mais por capacitação
A profissão de corretor de imóveis é regulamentada e exige formação acadêmica. Para obter sua credencial de profissional é necessário concluir um curso técnico ou superior na área. Além da formação obrigatória, buscar capacitação e cursos extras ao longo da carreira é fundamental para o aperfeiçoamento profissional. As mulheres se destacam, pois tendem a buscar mais qualificação ao longo da carreira.
A participação da mulher do mercado imobiliário também é um reflexo do aumento da força da mulher nas universidades brasileiras. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o número de mulheres que ingressam no ensino superior supera o de homens.
Mulheres são mais sensíveis e abertas ao diálogo
Outro fator e não menos importante do que a capacitação, é que as mulheres são muito mais sensíveis que os homens, e essa característica é ponto valioso na hora de resolver conflito. Além disso, as mulheres são comunicativas e multitarefa, com isso, elas conseguem resolver vários problemas ao mesmo tempo.
Dupla jornada de trabalho
Para a maioria das mulheres, em diversas áreas de atuação, o principal desafio é lidar com a dupla jornada, tendo que conciliar carreira e vida profissional, de forma exitosa. Conciliar vida pessoal e profissional não é fácil para ninguém no mercado imobiliário, que muitas vezes impõe longos dias de trabalho (inclusive no fim de semana) para atender clientes em horários convenientes para eles. Para as mulheres, que ainda fazem mais das atividades domésticas e cuidados com pessoas, esse quadro é desafiador.
A pesquisa mais recente do IBGE mostrou que a média de horas semanais que mulheres que trabalham dedicam ao afazeres e/ou cuidados em casa é de 18,5 h. Entre os homens na mesma categoria, a média é de 10,3 h. Na prática? São 2 horas e meia dedicadas por dia, além da jornada regular de trabalho.
Falta de estrutura
Outro grande desafio, é o fato dessas profissionais não terem direito a licença maternidade, o que acaba impactando, diretamente, nos seus planos de terem filhos. E, quando são gestantes, têm dificuldade para encontrar segurança e estrutura para ter uma vida estável no ambiente corporativo. Além disso, têm que trabalhar redobrado para conseguirem seu reconhecimento e salário compatível com suas atribuições.
Elas não fogem à luta
Se há meio século ser corretora de imóveis era impossível para mulheres, hoje a situação é muito diferente: o número dessas profissionais está crescendo Brasil afora. Quando a profissão de corretora de imóveis no Brasil fizer um século, certamente as mulheres terão muita coisa para contar! Claramente, ainda há uma série de obstáculos que atingem a mulher no mercado imobiliário, todos ligados aos problemas de desigualdade e falta de equidade de gênero no mercado de trabalho de maneira geral, mas, nada tira a força e a garra da mulher dos nossos dias.
Dicas de como obter sucesso como corretora
- Planejamento de carreira
- Escolha de vínculo (trabalhar para uma imobiliária ou de forma autônoma?)
- Aprofundar seus conhecimentos sobre o mercado
- Aprender mais sobre retenção e prospecção de clientes
Izabel Mendonça
Assessoria de Comunicação do CRECI-ES