Quem mora de aluguel compromete, em média, 12,14% da renda com esse custo, enquanto a despesa dos mutuários com financiamento consome, em média, 6,7% da renda. É o que aponta estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre os dados das Pesquisas de Orçamentos Fmiliares (POF) do IBGE de 2008/2009.
À agência Brasil, o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea Pedro Humberto Carvalho declarou: “o aluguel tem um sistema contratual que leva o inquilino a renegociar o valor das prestações a cada trinta meses e ao sabor do mercado. Como vivemos um boom do ponto de vista da valorização dos imóveis, isso é automaticamente repassado ao aluguel”. Em contrapartida, explica o economista, “os contratos de financiamentos são de longo prazo, com taxas de juros mais baixas e têm ainda como proteção o fato de que o valor do imóvel aumenta, mas o valor da prestação continua o mesmo”.
Os dados indicam que o custo da habitação pesa mais sobre a população mais pobre, que chega a pagar de aluguel por mês até 2% do valor venal do imóvel, enquanto a população mais rica paga uma prestação bem mais baixa por ter acesso a financiamentos imobiliários.
Apesar dos avanços, o financiamento imobiliário continua concentrado nas faixas de renda mais altas da população. Entre a fatia dos 25% mais ricos, 9% têm contratos de financiamento imobiliário, enquanto na outra ponta, dos 25% mais pobres, apenas 1,3% são mutuários de programas habitacionais.
Fonte: Folha Vitória