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O financiamento imobiliário deve se tornar a principal modalidade de crédito do país em 2013, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). A instituição estima que os financiamentos com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE) devem somar R$ 95,2 bilhões em 2013, alta de 15% em relação a 2012.
Com isso a carteira com recursos da poupança deve superar R$ 350 bilhões. A taxa de inadimplência é a menor do mercado, 1,9%.
No primeiro semestre, os financiamentos imobiliários pelo SBPE somaram R$ 49,6 bilhões. Desse total, os recursos destinados às construtoras, para o financiamento da produção, cresceram 12% e somaram R$ 14,2 bilhões. O financiamento para a aquisição da casa própria por pessoas físicas somou R$ 35,4 bilhões, alta de 45% em relação ao mesmo período de 2012. Esse crescimento reflete decisões de compra realizadas, em média, há dois anos, no lançamento dos empreendimentos. A concessão para a pessoa física normalmente se dá na entrega das chaves.
O desempenho do mercado imobiliário no primeiro semestre de 2013 indica que os negócios continuarão aquecidos nos próximos anos. De acordo com o Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Locação de Imóveis de São Paulo (Secovi-SP), no primeiro semestre foram comercializados 17.500 imóveis na capital paulista, volume 46% superior ao mesmo período de 2012.
Os lançamentos cresceram 51% chegando a quase 14 mil unidades. Entre os agentes financeiros, as expectativas são positivas. “As informações que chegam das construtoras é de manutenção do ritmo de lançamentos no segundo semestre no Rio e em São Paulo, com um ligeiro desaquecimento nas demais capitais”, diz Gilberto Abreu, diretor de crédito imobiliário do Santander.
Também os financiamentos sociais com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) estão em alta. A Caixa Econômica Federal, principal agente do programa Minha Casa, Minha Vida, prevê que as contratações superarão R$ 70 bilhões no ano.
“Nossa meta era contratar 1 milhão de casas pelo programa em 2013, mas vamos superar esse total”, diz Teotônio Costa Rezende, diretor de habitação da Caixa.
No primeiro semestre, as contratações na Caixa cresceram 44% em relação ao mesmo período de 2012 e somaram R$ 66 bilhões, sendo R$ 30 bilhões pelo SBPE e R$ 36 bilhões com recursos do FGTS. Rezende relata que a meta de empréstimos pelo SBPE para o ano, de R$ 52 bilhões, também deverá ser superada.
“Não será surpresa se chegar a R$ 58 ou R$ 60 bilhões.”
O Banco do Brasil, que só passou a trabalhar com crédito imobiliário em 2009, fechou o primeiro semestre com R$ 17,35 bilhões, expansão de 76,3% em doze meses, quando foram contratados R$ 7,51 bilhões, sendo R$ 6,07 bilhões em contratos com pessoas físicas e R$ 1,44 bilhão com construtoras. Hamilton Rodrigues da Silva, gerente geral de crédito imobiliário do banco, diz que a capilaridade da rede, formada por 5.401 agências espalhadas por todo o país, com mais de 60 mil clientes, está impulsionando os negócios. “Temos uma base enorme de clientes, do qual conhecemos o histórico, que antes só eram trabalhados pelos nossos concorrentes, hoje não.”
Gilberto Abreu relata que a carteira de crédito do Santander tem crescido a um ritmo de 30% ao ano, tendo fechado o primeiro semestre do ano com um saldo de R$ 23 bilhões, sendo 70% para a pessoa física e 30% para a jurídica. O Bradesco fechou os seis primeiros meses do ano com uma carteira de financiamentos para a habitação de R$ 25,3 bilhões.