Além dos documentos, outro problema recorrente de quem vai se mudar é não pensar na nova vizinhança
O casal Humberto Ribeiro, 37 anos, e Ana Paula Dias, 28 anos, está junto há seis anos e planeja morar no mesmo lar em 2016. Mas a busca pelo imóvel correto já começou há seis meses… e ainda não teve êxito. “É muito difícil conseguir achar um imóvel que se encaixe no nosso perfil, o que torna a busca mais árdua a cada vez que visitamos um apartamento. Sempre tem um defeito”, explica Ana Paula.
A situação de Humberto e Ana Paula não é única, mas tem solução. Especialistas ouvidos peloCORREIO Imóveis indicam os caminhos certos e os erros mais comuns de quem está escolhendo uma casa nova para morar já que, agora, passado o Carnaval, o “ano novo” começa de verdade. “A pressa é muito comum para quem está buscando um imóvel, principalmente se for o primeiro. Essa necessidade de resolver as coisas de forma rápida é o primeiro erro mais recorrente”, explica o corretor de imóveis Mauro Ramos.
Foi o que aconteceu com a empresária Carla Diniz, 39 anos. “Estava muito agoniada para comprar logo meu apartamento e acabei metendo os pés pelas mãos. Não verifiquei a documentação direito do imóvel e ele estava envolvido em uma disputa por herança. Resumindo: tive que entrar na Justiça e estou morando de aluguel, porque não pude tomar posse do imóvel”, destaca Carla.
Presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis da 9ª região (Creci-BA), Samuel Prado indica que a recomendação principal é buscar um corretor credenciado para que ele providencie documentos importantes.
“O corretor tem que buscar certidões do comprador – indicando que ele está apto a vender a casa, apartamento ou terreno – e também do imóvel, para se certificar que ele não está atrelado a nenhum processo na Justiça”, explica Prado. Ele indica que o cliente deve pedir ao corretor seu número de registro no Creci. “De posse desse número, o cliente precisa acessar o site (www.creciba.gov.br) e checar se o corretor está regularizado”, orienta.
Prado sinaliza que o cliente deve exigir do corretor que lhe apresente as certidões negativas como uma ferramenta de ter segurança na compra que está fazendo. “Esse cuidado faz com que a compra seja feita de forma segura e sem dor de cabeça para o cliente”, destaca o presidente do Creci-BA.
Logística
Além dos documentos, outro problema recorrente de quem vai se mudar é não pensar na logística de deslocamento e da nova vizinhança. “Uma das coisas que mais têm nos feito atrasar na decisão pela compra do nosso apartamento é justamente quando levamos em consideração a localização, principalmente pelos engarrafamentos. Trabalhamos na Pituba e queremos comprar algo que seja, no máximo, no Rio Vermelho. Porém, só estamos achando em ruas que engarrafam muito ou que não têm vagas para visitantes”, conta Humberto, que já visitou oito imóveis com a noiva.
A corretora de imóveis Clara Dias explica que a localização do empreendimento tem sido o fator decisivo na compra de um novo imóvel. “Com a vida atribulada, as pessoas não querem gastar tempo com o deslocamento para o trabalho ou até mesmo para áreas de lazer ou serviços básicos”.
Orçamento
O cuidado com o impacto no orçamento da nova moradia é fundamental para que não haja um endividamento. “O estilo de vida do novo imóvel tem que ser levado em consideração. Geralmente, as pessoas se preocupam só com o preço da prestação, mas esquecem o valor do condomínio (se o prédio tem elevador e portaria fica mais caro) e dos serviços básicos como, por exemplo, o preço do pão na padaria, do leite…. Tudo isso tem que ser levado em conta”, explica o economista Valter Rios.