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Os brasileiros gastaram US$ 1 bilhão na compra de imóveis na Flórida, entre julho de 2010 e junho deste ano, de acordo com a Associação Nacional dos Corretores de Imóveis dos EUA. O volume de recursos foi o mesmo dos 12 meses anteriores, mas envolveu un número muito maior de aquisições, por causa da queda dos preços dos imóveis nos Estados Unidos no último ano. O volume de transações cresceu 30% no período, passando de 5,7 mil contratos de compra para 7,4 mil. A fatia dos brasileiros nas vendas também aumentou e chegou a 8% do total de vendas de imóveis para estrangeiros no estado, ante 3% nos 12 meses anteriores.
A investida dos brasileiros no mercado imobiliário do estado da Flórida só ficou atrás das feitas pelos vizinhos do Canadá, responsáveis por 39% das compras realizadas por estrangeiros até julho.
Os brasileiros também foram os vice-líderes em termos de preços pagos pelos imóveis adquiridos, com um gasto médio de US$ 215 mil por compra, só atrás dos compradores da Europa Ocidental, que gastaram em média US$ 232,5 mil por imóvel arrematado.
A ascensão dos brasileiros no mercado imobiliário do estado americano acompanhou o crescimento econômico e a valorização do real, de acordo com John Sebree, vice-presidente de Políticas Públicas da Florida Realtors, associação de corretores do estado.
— Antes de 2010, os brasileiros nem constavam nas nossas pesquisas, de tão pequena que era a sua participação no mercado local. Hoje, já temos corretores de imóveis que falam português, para atender à demanda dos compradores do país — afirma Sebree.
A maior parte dos compradores brasileiros (47%) que pretende usar os imóveis para veraneio, segundo dados pesquisados pela entidade. Mais da metade dos compradores opta por destinos tradicionais: 53% das compras são em Miami e 30% em Orlando. Esse é um dos motivos pelos quais o preço do imóveis adquiridos pelos brasileiros é mais alto que os da média internacional. Outra explicação para isso é o acabamento mais luxuoso que o público do Brasil pede.
— Os brasileiros são mais exigentes com o acabamento e usam materiais mais caros em seus imóveis — diz Carlos Fuentes, vice presidente da Florida Realtors.
Os corretores americanos acreditam que o volume pode crescer ainda mais, uma vez que há ainda pouco conhecimento dos brasileiros sobre o mercado internacional de imóveis. Nesta segunda-feira, o governador da Flórida, Rick Scott, desembarcou no país com uma comitiva do estado para atrair ainda mais investidores.
— Esperamos que, com o maior conhecimento do mercado local, mais compradores brasileiros desembarquem na Flórida — disse Patrícia Fitzgerald, presidente da Florida Realtors.
Ela ressalta que os preços no estado chegaram a uma certa estabilidade no último ano, depois de uma queda de 42% em relação à última pesquisa. Em agosto, os preços tiveram uma pequena recuperação, de 2% em relação ao ano passado. O preço médio dos imóveis vendidos no estado neste ano foi de US$ 137,5 mil, ainda muito abaixo dos US$ 176 mil alcançados em 2006, no pico da bolha imobiliária norte-americana.
— Os preços ainda vão demorar muito tempo para voltarem a esses patamares, mas nos próximos anos vamos ter uma retomada da demanda, principalmente por parte da geração baby boomer , que hoje está com 65 anos. Esperamos que eles comecem a procurar imóveis para se aposentar na Flórida e movimentem o mercado — diz Sebree.