Folha
Dois projetos de bairros sustentáveis no Brasil chamaram a atenção da Fundação Clinton e do GBC (Green Building Council), entidade que fornece a certificação ambiental Leed a empreendimentos imobiliários.
Ambos em fase de construção, o Parque da Cidade, empreendimento da Odebrecht, no Brooklin (zona sul de São Paulo), e o Pedra Branca, em Palhoça, cidade vizinha à Florianópolis, estão na lista de 18 projetos mais sustentáveis do mundo elaborada pelas duas entidades.
São empreendimentos que buscam reunir áreas comerciais e residenciais, incentivar o deslocamento sem carro e oferecer áreas públicas abertas à população. Mecanismos que melhoram o uso de fontes de energia, como painéis solares, e de aproveitamento da água da chuva também fazem parte.
Para os moradores, as propostas representam qualidade de vida, segundo Maria Carolina Fujihara, coordenadora do GBC Brasil. “Hoje, as pessoas entram no carro e dificilmente conversam com a cidade. O bairro sustentável incentiva o senso de comunidade.”
A professora Angela Maria Gabriella Rossi, da Escola Politécnica da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), aponta um aspecto de marketing nesses projetos, mas os vê como necessários.
“É fácil vender alguma coisa como sustentável. As empresas incorporam tecnologias ambientais, obtêm certificação e chamam de sustentável”, diz. “Mas são iniciativas necessárias, com as quais vamos aprender e avançar.”
Moradora do bairro em Palhoça há quatro anos, Heloisa Hilda Coelho, 44, vê como vantagem a liberdade de ir trabalhar ou levar o filho para a escola de bicicleta.
“Tenho aquecimento solar e captação da água da chuva em casa, o que gera economia. Mas o maior ganho está na consciência de que a natureza precisa disso.”