A presença da mulher no mercado de trabalho, no ABC, aumentou de 54,1% em 2013 para 54,4% em 2014. Para os homens, o indicador caiu de 70% para 69,8%. A informação consta em estudo realizado pelo Seade/Dieese (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados / Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), apresentado na sede do Consórcio Intermunicipal do, na tarde desta quinta-feira (5).
É o terceiro ano consecutivo que cresce a taxa de participação feminina no mercado de trabalho da região. Segundo o levantamento, as mulheres ocupadas no período pesquisado tinham mais escolaridade do que os homens. Enquanto 47,5% tinham ensino médio e 26,4% superior completo, entre os homens os porcentuais eram de 49% e 18,7%, respectivamente.
No entanto, a taxa de desemprego total elevou-se para ambos os sexos, de forma mais intensa entre os homens (subiu de 9,2% para 9,9%) do que entre as mulheres (11,1% para 11,5%), no mesmo período. “Tradicionalmente, a mulher tem taxa de desemprego maior. Mas essas taxas estão se aproximando. Isso ocorre por fatores diversos. Um deles é o fato de a mulher ter de conciliar a vida profissional com o trabalho doméstico”, explicou Márcia Halben Guerra, técnica da Fundação Seade.
Qualidade
De certa forma, a mulher conseguiu melhorar a qualidade de sua ocupação no mercado de trabalho, embora não tenha se igualado ao homem. Para citar exemplo, o rendimento médio por hora de trabalho, em 2013, era equivalente a 70,2% do rendimento masculino. Em 2014, o percentual saltou para 75,3%, ou seja, mesmo que pouco, a diferença caiu. “A mulher tem melhorado suas condições de trabalho. A inserção está melhor. Mas o crescimento econômico por si só não basta para diminuir as desigualdades. É preciso também promover políticas públicas”, disse Márcia.
Uma das razões para o rendimento médio feminino ser menor na região é que por aqui a atividade industrial é muito forte. Historicamente, a indústria contrata mais homens do que mulheres. Elas encontram mais espaço no setor de serviços e no comércio. Mas a indústria é quem paga os melhores salários.
Em 2014, do total de mulheres ocupadas, apenas 5,9% estavam no ramo metal-mecânico. Já entre os homens, do total de ocupados, 19,2% estavam nesse segmento. Na indústria de transformação também há disparidade em favor dos homens, 33% contra 15,9%. No setor de serviços a situação se inverteu. Cerca de 68% das mulheres ocupadas estavam neste segmento, contra 39% dos homens.
As mulheres também levam vantagem no que diz respeito ao emprego com carteira assinada. Em 2014 houve crescimento de 2,3% de mulheres que encontraram emprego devidamente regulamentado. Entre os homens houve queda de 1,4%. Já o emprego sem carteira assinada caiu 11,4% entre as mulheres e subiu 1,8% entre aqueles do sexo masculino.
Fonte: Repórter Diário