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Em sete anos, os gastos dos brasileiros com reformas e com compra de imóveis aumentaram 63%, passando de R$ 71,9 bilhões em 2003 para R$ 117 bilhões em 2010.
De acordo com dados divulgados nesta terça-feira (26) pelo Data Popular, os gastos com reformas continuam sendo inferiores aos gastos com compras. E, mais do que isso, à medida que os gastos com reforma mostraram redução, em termos proporcionais, os com compras aumentaram.
Em 2003, dos R$ 71,9 bilhões gastos, 58,6% foram investidos em novos imóveis, ao passo que 41,4% foram usados nas reformas. Sete anos depois, dos R$ 117 bilhões investidos em 2010, 68,9% foram com compras e 31,3%, para reformas.
Classes sociais
A pesquisa também avaliou o comportamento das diferentes classes sociais, quando o assunto é reforma e compra de imóveis. Constatou-se, em primeiro lugar, que desde 2003 as classes mais baixas (C, D e E) gastam mais com reforma do que com compras. Já as classes altas (A e B), fazem o inverso, investindo mais em compras do que em reformas.
Apesar desse quadro, em 2010, a classe C passou a gastar bem mais com compras do que com reformas. Se em 2003, dos R$ 15,9 bilhões investidos pela classe em reformas e compras, 32,8% eram para compra e 67,2% para reformas, em 2010, dos R$ 31 bilhões gastos, 51,6% foram para compras e 48,4% para reformas. Isso significa que os gastos com compra subiram 18,8 pontos percentuais nessa classe.
Outro dado interessante foi observado no comportamento das classes D e E. Em 2003, elas gastaram, juntas, R$ 3,1 bilhões com compras e reformas, enquanto em 2010 o volume passou para R$ 7 bilhões, ou seja, crescimento de 126% em sete anos. A alta foi bem superior às expansões das outras classes, já que os gastos da classe C aumentaram 95% entre 2003 e 2010 e os das classes A e B, juntas, subiram 49% no período (de R$ 52,9 bi em 2003 para R$ R$ 79 bi em 2010).
Só reformas
Se analisado apenas o quesito reformas, entre 2003 e 2010, as classes D e E foram as que mais aumentaram seus gastos. As classes mais baixas aumentaram em 100% suas despesas com reformas, a classe C elevou em 40% esses gastos e a A e B aumentaram apenas 0,5%.
A pesquisa ainda mostrou que 25 milhões de famílias brasileiras realizaram reformas. Dessas, 3 milhões fazem parte da classe A, 11,9 milhões, da classe C e 10,8 milhões, da D e E. Assim, nota-se que, proporcionalmente, os mais pobres são os que mais se preocupam com as condições de seus imóveis fazendo reparos.
Reformas no futuro
O estudo também avaliou a intenção dos brasileiros em realizar aquisições ou reformas nos próximos meses. O resultado mostrou que a intenção de fazer reformas aumenta conforme a renda cai: 35% das classes A e B pretendem realizar reparos no futuro, enquanto nas classes C, D e E a porcentagem fica em torno dos 40%.
Falando em aquisição, acontece o inverso. Quando mais a renda aumenta, maior é a intenção de adquirir um imóvel futuramente. Nas classes A e B, a intenção é de 19% e nas classes C, D e E fica em torno de 15%.