Consulta online traz comodidade para quem busca um imóvel, mas requer cuidados para evitar cair em golpes.
A internet permite que as pessoas encontrem milhares de serviços com poucos cliques ou toques. No setor imobiliário, por exemplo, há diversas plataformas digitais para consultar e anunciar oportunidades de compra e aluguel. As redes sociais também têm sido muito usadas para essas divulgações. No entanto, é preciso atenção para não cair em golpes de falsos anúncios.
O advogado Eduardo Helaehil, que atua em Sorocaba (SP) e é especialista em Direito Digital e Propriedade Intelectual, explicou quais cuidados o interessado em comprar ou alugar um imóvel deve ter ao encontrar um anúncio.
Segundo ele, as pessoas devem desconfiar de anúncios sem foto, com endereços desconhecidos, em sites com conexões não seguras e que pedem dados excessivos ou depósitos prévios em dinheiro. Além disso, Eduardo alerta que os anúncios com preços menores do que o praticado no mercado ou na região onde está localizado o suposto imóvel podem indicar que se trata de fraude.
Como não cair no golpe do falso anúncio?
O especialista em Direito Digital dá algumas dicas para evitar prejuízos:
- O anúncio foi colocado em um site confiável? Páginas com domínios extensos e erros de digitação, pouco conhecidas ou com conexões não seguras são um sinal de alerta;
- O valor anunciado é condizente com o preço de mercado? Anúncios muito baratos podem indicar que se trata de uma fraude;
- Quem é o anunciante? É um anúncio é particular ou promovido por alguma imobiliária? Sempre busque informações sobre quem está fazendo a oferta dentro e fora da plataforma;
- O anunciante pede algum depósito prévio para reservar a compra ou a locação? Caso haja essa solicitação, desconfie;
- O anunciante solicitou muitos dados pessoais? Nome completo, documentos pessoais ou o endereço residencial são informações necessárias apenas para concretizar a compra ou a locação e não para pesquisa de imóveis;
- Foi possível verificar em buscadores que o imóvel realmente existe? Na internet, há a opção de visualização de ruas em realidade virtual e pesquisa por imagem, por exemplo.
“Se as pessoas tomarem todos alguns cuidados como esses, dificilmente serão vítimas de fraudes envolvendo anúncios nas redes”, afirma Eduardo.
Cuidados na negociação online
Eduardo alerta que hoje é comum que negociações ocorram diretamente por aplicativos de mensagens. Contudo, as pessoas devem ter a cautela e apenas fornecer o seu número em sites idôneos e para anunciantes legítimos. É recomendado sempre pesquisar quem é o anunciante antes de passar qualquer informação pessoal.
“Para verificar a idoneidade do anunciante, pesquise o nome da pessoa ou da imobiliária nas redes sociais, verifique outros anúncios disponibilizados na plataforma, leia os comentários de outras pessoas nos mecanismos de buscas ou sites de reclamações e busque mais informações do imóvel em outros sites. Usualmente, os imóveis são anunciados em mais de uma plataforma”, orienta.
Caso desconfie de qualquer anúncio, a recomendação do especialista é procurar mais informações sobre o imóvel e o vendedor no CRECI. “Se as informações não forem verdadeiras, não hesite em denunciar o anúncio na própria plataforma ou em registrar um Boletim de Ocorrência para relatar a suspeita”, diz.
Ainda segundo o especialista, é fundamental que todas as cautelas sejam tomadas antes de qualquer pagamento digital. Se mesmo assim a pessoa for vítima de um crime, deve imediatamente abrir um Boletim de Ocorrência e entrar em contato com o banco para tentar realizar o bloqueio da transação.
“Se por um lado o pix assegurou aos brasileiros maior velocidade nas transações digitais, por outro, diminuiu as chances em reaver os pagamentos indevidos. Embora existam medidas processuais e administrativas que possibilitem a identificação de autoria por meio do IP (Protocolo de Internet), permitindo que advogados especializados e o Estado investiguem e encontrem as pessoas que praticaram crimes digitais, na prática, pode ser que a vítima nunca mais consiga reparar o seu prejuízo”, explica Eduardo.
FONTE: G1