Com as recentes mudanças nas regras de financiamento de imóveis usados na Caixa Econômica Federal, muitos consumidores estão se perguntando o que está valendo a pena comprar agora — um novo ou um usado? Especialistas do mercado imobiliário ouvidos pelo EXTRA são unânimes: para quem está com pouca grana, o momento é dos lançamentos.
Rogério Quintanilha, gerente geral de vendas da imobiliária Apsa, explica que a atual conjuntura favorece a compra dos novos, devido ao crédito e à quantidade de imóveis em estoque:
— Elas têm uma quantidade de imóveis remanescentes muito grande.
Ou seja, com oferta maior, a probabilidade de o comprador conseguir algum desconto aumenta. Este quadro, no entanto, não deve se manter por muito tempo, avalia Luiz Henrique Rimes, sócio da Aqui Soluções Imobiliárias:
— Estes estoques estão diminuindo. Então, agora é um ótimo momento para comprar. Daqui a pouco, os estoques vão estar baixos e não fará sentido (a construtora) dar desconto.
Bernardo Gazal, gerente Comercial da Fmac Engenharia, dá uma dimensão disso: só a construtora tem cerca de 400 imóveis residenciais novos à venda no Rio, a maioria na Zona Oeste da cidade.
— Temos um volume enorme de lançamentos em Jacarepaguá, Freguesia, Praça Seca… — exemplifica Gazal.
Muitas residências novas, porém, também têm desvantagens para quem está em busca da casa própria, lembra Quintanilha, da Apsa:
— Grande parte delas está longe dos centros de trabalho. E um imóvel usado que vale R$ 300 mil está R$ 400 mil, R$ 420 mil num lançamento. Então, em geral, os usados têm um preço menor e estão muito bem localizados.
Usado: economia de 21%
Quem tem uma boa quantia de dinheiro guardada deve investir num usado. Cálculos feitos, a pedido do EXTRA, por Reginaldo Gonçalves, coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina (FASM), mostram que, com o novo teto de financiamento, o valor final dos imóveis usados na Caixa saem 21% mais em conta do que os novos de mesmo preço (confira ao lado).
Como na semana passada o Banco do Brasil anunciou o aumento da taxa de juros para empréstimo imobiliário — que vai subir de 9,9% para 10,4% ao ano, a partir do dia 18 —, o EXTRA também pediu simulações de valores para compará-los com os da Caixa. Considerando a taxa máxima de juros de cada um, a diferença entre imóveis novos é pequena: o preço final sai apenas 5,4% mais caro. Na comparação entre imóveis usados, porém, levando-se em conta o teto máximo de financiamento, a diferença de preços é 33,3%.
Fonte: Extra