Os empréstimos para a compra da casa própria com recursos da poupança bateram recorde no semestre, com R$ 23,8 bilhões, um crescimento de 77% em relação ao mesmo período de 2009, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (11) pela Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).
No período, 187,6 mil imóveis foram financiados, 51,5% acima do resultado do primeiro semestre de 2009. Nos primeiros seis meses deste ano, a poupança teve captação líquida, que é a diferença entre depósitos e saques, de R$ 8,8 bilhões.
O montante das operações realizadas em junho deste ano alcançou R$ 5,27 bilhões, superando em 78% o resultado do mesmo mês no ano passado (R$ 2,96 bilhões) e em 24% as contratações de maio de 2010.
A previsão da associação para este ano é que sejam financiadas 450 mil unidades, no montante de R$ 57 bilhões. A associação aponta que o Brasil pode ter dificuldades no acesso ao crédito até 2014, com uma demanda crescente por parte dos consumidores interessados em obter empréstimo e esgotamento das fontes para emprestar dinheiro, segundo Luiz Antônio França, presidente ds Abecip.
– Nossos estudos mostram que de dois a três anos teremos problemas de captação para o crédito imobiliário, não porque a poupança vai secar, mas porque a demanda será maior que a captação.
A situação ocorre em virtude da escassez dos recursos da poupança e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que são as modalidades usadas atualmente para emprestar dinheiro aos compradores.
– O setor está crescendo porque hoje as pessoas têm mais renda, mais emprego, e as perspectivas de crescimento da economia são boas. Há mais regulamentação com a alienação fiduciária, também traz mais segurança para quem toma empréstimos e para quem empresta para a compra da casa própria.
Vendas financiadas
O porcentual de financiamento em relação ao valor total dos imóveis comercializados, que sinaliza a quantidade de imóveis vendidos por meio de financiamentos, também continuou a crescer em junho. Entre dezembro de 2009 e o primeiro semestre deste ano, o porcentual aumentou de 61,1% para 61,9%.
Segundo a Abecip, o resultado mostra uma maior disposição dos agentes financeiros (bancos e financeiras) em atender a demanda crescente por financiamento imobiliário. Para isso, a associação aponta como responsáveis pelo resultado as condições mais favoráveis aos financiamentos, como o alongamento nos prazos de pagamento.
Fonte: R7