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O potencial de crescimento dos fundos imobiliários é bastante grande no País, na opinião do membro do comitê de produtos imobiliários da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), Alexandre Machado.
Os fundos imobiliários ainda representam uma fatia pequena da indústria de fundos no Brasil (cerca de 1% do total), mas ele acredita que há espaço para um crescimento expressivo.
“Acredito que seja possível alcançar pelo menos cerca de 5% do total”, disse Machado, durante encontro com jornalistas em SP. “Não há nenhuma base estatística neste número, é apenas uma impressão”, esclareceu.
Para ele, a baixa participação na indústria é reflexo de uma questão cultural. “As pessoas se importam muito com a questão do imóvel como um bem físico, em ter a escritura em mãos”, diz. “Mas isto já está começando a mudar”.
De fato, o crescimento do número de investidores na modalidade nos últimos anos foi bastante significativo. Segundo dados da BM&FBovespa, entre janeiro de 2008 e setembro deste ano, o número de investidores saltou 660%, de 5,960 mil para 45,258 mil.
Dúvidas dos investidores
De acordo com ele, o aumento do número de investidores no Brasil deve continuar acontecendo à medida que as pessoas passem a conhecer mais sobre os fundos imobiliários e as suas principais características.
“Ainda existem muitas dúvidas em relação aos fundos, mas esta é uma barreira que está sendo vencida”, disse.
Segundo ele, as vantagens oferecidas pelos fundos em relação à compra direta do imóvel deve atrair cada vez mais aplicadores. “Entre elas, você tem a diversificação (muitos fundos são formados por diversos imóveis), a tributação (o rendimento mensal é isento de IR, desde que o fundo e o cotista se encaixem em alguns pré-requisitos), a simplificação jurídica, entre muitas outras”.
Características dos fundos
Machado ressaltou que ainda não existe uma classificação oficial dos fundos imobiliários, mas existe uma série de diferenças entre eles.
Em relação às estratégias do fundo, Machado cita uma classificação “não oficial”, que separa o investimento em três tipos de estratégia: Renda de aluguel – imóveis já construídos que geram receita de aluguel, arrendamento etc; Desenvolvimento imobiliário – imóveis em fase de projeto ou construção, com objetivo de venda; e Valores mobiliários – investe em títulos e valores mobiliários, como ações de empresas do setor, CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários), LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e cotas de outros fundos imobiliários.
“Embora não exista uma classificação oficial, a relação risco/retorno e a maturação do investimento são muito diferentes de acordo com cada uma das estratégias. Por isso, é importante conhecê-las antes de investir”, aconselha.