O crescimento da população idosa no Brasil desperta a atenção do mercado imobiliário. A expectativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é que o número de pessoas com mais de 60 anos triplique em 2050, chegando a 66,5 milhões. É assim que está prevista uma mudança no perfil da sociedade, que terá mais idosos do que crianças, entre 0 e 14 anos. E segundo a agência UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas), ligada à ONU, isso não se aplica apenas ao Brasil, mas a todos os países, de maneira geral. Desta forma, com o aumento no número de idosos e a procura por qualidade de vida tende a crescer ainda mais.
Durante anos, no segmento residencial, o grande foco das construtoras e imobiliárias, foi o público jovem e principalmente casais, recém-casados ou com filhos. Mas o cenário da sociedade está mudando e surge a necessidade de adaptação. Na terceira idade, também há a preocupação com a qualidade de vida e isso pode ser um motivador para que idosos procurem um imóvel próprio, para conquistar independência e, estes, precisam ser atraentes.
As principais mudanças nos projetos estão relacionadas à segurança do morador. Com a idade avançada, a visão e a estabilidade nos passos estão comprometidas, portanto, os pisos não podem ser escorregadios ou apresentar elevações. A iluminação também passa por ajustes, já que excesso de claridade atrapalham a visão, e falta de iluminação é um risco muito grande para tropeços e quedas. Os esforços também devem ser reduzidos e para tanto, as tomadas e interruptores têm a altura ajustada ao alcance dos braços, sem necessidade de levantar ou abaixar.
Em imóveis projetados para idosos, as portas e passagens são mais largas, para facilitar a locomoção com cadeiras de rodas, se necessário e o cômodo que recebe mais atenção é o banheiro, com acentos sanitários elevados e bacias com caixa acoplada e válvula embutida, que não exigem esforço para serem acionadas. A instalação de barras de apoio facilita a locomoção e troca das maçanetas para as de forma reta, facilita a abertura de portas.
Em um âmbito maior, além de imóveis com projetos adaptados, as construtoras apostam na expansão deste conceito, elaborando condomínios para a terceira idade, aonde os moradores possam viver cercados de vizinhos da mesma faixa de idade e com áreas de lazer feitas especificamente para atendê-los.
Normas para idosos poderem financiar um imóvel
Muita gente não sabe, mas há um limite de idade para financiar um imóvel. Por isso, quem deseja comprar um apartamento por meio de financiamento precisa ficar atento.
Apesar de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontar um aumento significativo na expectativa de vida da população — que atualmente está em 76 anos — , a idade ainda é fator determinante na hora de aprovar um financiamento.
Desde 2010, com a resolução CNSP nº 205 feita pela Susep (Superintendência de Seguros Privados), as empresas não podem recusar cobertura de seguro a clientes, cuja a idade, somada ao prazo de financiamento, seja de até 80 anos e seis meses. Outra alteração diz respeito ao seguro que passou a ter o mesmo prazo de validade do empréstimo.
Mesmo anteriormente não havendo uma lei explícita sobre idade máxima, a maioria dos agentes financeiros mantinha 75 anos como limite. Com a regulamentação de 2010, isso se uniformizou, passando a ser ofertado ao mercado imobiliário brasileiro o mínimo de 80 anos e seis meses, para financiamento imobiliário.
Entre as explicações sobre essa alteração, estão justamente o aumento de expectativa de vida, conforme detectado pelo IBGE, e a própria política de estímulo ao crédito habitacional.
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Izabel Mendonça
Assessoria de Comunicação do CRECI/ES