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Apesar da redução da taxa Selic, atualmente em 11% ao ano, as taxas aplicadas pelos bancos continuam a expandir-se. Com base em dados do Banco Central, o spread bancário (diferença entre a taxa de captação e a cobrada do cliente final) em outubro atingiu 28,9%, alta de 0,8 pontos percentuais no mês e de 5,4 pontos percentuais em 2011. Parte da justificativa, segundo especialistas, está na inadimplência, cujo índice geral chega a 5,5% no décimo mês do ano, o que corresponde a um acréscimo de 0,2 ponto na comparação mensal e de 1 ponto desde janeiro.
Contudo, a participação no spread é pequena: em média, de 7%. Outro fator relevante está relacionado às medidas macroprudenciais, principalmente a alta do compulsório. Segundo o economista da SCPC Boa Vista Serviços, Flávio Calife, há diversos fatores que compõem os juros finais, tanto ao consumidor quanto a empresas. “Selic não é a única determinante da taxa de juros. Há um cenário de incertezas e inadimplência em alta. Se se estabilizar, é possível que também estabilize na ponta e possa oferecer uma taxa menor.”
De acordo com levantamento feito pela Boa Vista, a inadimplência subiu 2,4% em novembro, em relação a outubro, a segunda alta mensal consecutiva. No acumulado de janeiro a novembro, o número de novos registros cresceu 23,2%, ante o mesmo período do ano passado.
A comparação em relação ao mês de novembro do ano passado registra alta ainda maior, de 24,6%. Neste caso, são levados em conta os atrasos em crediários, além de cheques sem fundos.
A Serasa, no entanto, projeta um recuo nos atrasos em crédito no próximo ano. O Indicador de Perspectiva da Inadimplência do Consumidor caiu 1,3% em outubro, para 98,2 pontos.