Os juros do crédito habitacional deveriam ser de aproximadamente 2% ao ano, segundo análise do economista e professor da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite.
Para ele, os altos juros são o maior obstáculo para o crescimento do crédito habitacional no País. “O Brasil deveria aplicar juros como os aplicados no Chile e no México, por exemplo, que são países comparáveis com o Brasil. Com juros menores, na casa dos 2% ao ano, o crédito seria mais acessível ao consumidor”, diz.
Além disso, o economista acredita que mudanças na política habitacional, sobretudo dos municípios, e o aumento da renda da população também contribuiriam para uma alta deste tipo de crédito no país.
Números
Ainda de acordo com o especialista, nos últimos 12 meses, o volume de crédito no sistema financeiro nacional cresceu 19,2%, atingindo R$ 1,6 trilhões, ou 46,2% do PIB (Produto Interno Bruto).
No mesmo período, o crédito habitacional cresceu 51%, respondendo por 3,5% do PIB, com R$ 120,6 bilhões, o que, para o economista, ainda é muito baixo, embora o volume de crédito esteja em expansão.
“O volume de crédito ainda é bastante inferior ao concedido nos países desenvolvidos, que ultrapassam 100% do PIB. Em países com desenvolvimento econômico semelhante, este crédito ultrapassa 15% do PIB”.
Sisp
Apesar de ainda estar longe do ideal, uma oportunidade para que o consumidor se beneficie de juros mais baixos no financiamento imobiliário é a quinta edição do SISP (Salão Imobiliário de São Paulo), que ocorre na capital paulista até o próximo domingo (26).
No evento, os bancos participantes estarão oferecendo taxas menores, entre 8,2% e 10,4% ao ano, das habitualmente praticadas nas agências. O Banco do Brasil, por exemplo, irá reduzir de 10% para 8,4% + TR (Taxa Referencial) a taxa pós-fixada para imóveis avaliados em até R$ 500 mil. O benefício é válido para negócios fechados ou iniciados no evento e finalizados em até 180 dias.
No HSBC, as taxas reduzidas irão variar de 8,9% a 10,4% ao ano mais TR, dependendo do valor do imóvel a ser financiado. No banco, a redução é de meio ponto percentual em relação às taxas praticadas normalmente, que variam de 9,4% a 10,9% ao ano mais TR. A instituição manterá as condições do SISP para os negócios efetivados no prazo máximo de 60 dias após o evento.
Já o Bradesco terá taxas menores para propostas fechadas durante o Salão e que forem contratadas em até 30 dias. Neste caso, os juros caem de 10,50% para 9,70% ao ano mais TR, para imóveis avaliados entre R$ 150 mil e R$ 500 mil, e de 11,50% para 10,20% ao ano mais TR para propriedades a partir de R$ 500 mil.
No que diz respeito à CEF (Caixa Econômica Federal), o banco emitirá cartas de crédito com validade de 30 dias para serem utilizadas na aquisição de imóveis ofertados no salão ou fora dele. A instituição reduziu, de 9,5% para 8,4% anuais, a taxa para contratações decorrentes de propostas apresentadas no Salão, sendo que para quem possuir pacote com conta corrente, conta salário, cheque especial, cartão de crédito, além do débito do encargo mensal em conta corrente, a taxa de juros cai para 8,2% ao ano.
Fonte: InfoMoney