O brasileiro ganhou salários melhores no ano passado e passou a consumir mais. O reflexo é que as contas ficaram mais pesadas no bolso, sendo que os gastos com alimentos e com a casa própria comeram a maior parte da renda dos brasileiros. É o que mostra a pesquisa O Observador 2011 – encomendada pela Cetelem BGN, empresa do grupo financeiro BNP Paribas.
Considerando todas as classes sociais, as contas das famílias no supermercado custaram, em média, R$ 375 por mês. O aluguel consumiu outros R$ 299. Em 2009, as despesas dessas duas categorias estavam em R$ 356 e R$ 257, respectivamente.
Paulo Cidade, diretor da Ipsos e responsável pela pesquisa, explica que a renda maior da população tem mudado os hábitos de consumo das pessoas. Quanto maior a renda das famílias, maiores são os gastos no mercado.
– Estamos observando uma sofisticação do consumo. Ou as famílias enchem mais seus carrinhos de compras ou passam a levar produtos “premium”, de maior qualidade. Os cuidados com a casa em geral também têm grande fatia nos gastos, não só os aluguéis.
Ele se refere a gastos com condomínio, que representaram R$ 150 das contas dos brasileiros, e com a prestação da casa própria (R$ 367 por mês, em média). Essas duas despesas eram R$ 139 e R$ 286 um ano antes.
O estudo mostrou que praticamente todas as 24 categorias de despesas analisadas aumentaram de 2009 até o ano passado. Entre os gastos essenciais, além do supermercado, do aluguel e do condomínio, ainda entraram remédios (R$ 88), transporte coletivo (R$ 71), gás (R$ 41), energia elétrica e água e esgoto (R$ 40 cada).
Nas categorias de gastos não essenciais, se destacaram negócios envolvendo crédito e previdência. As prestações de empréstimo bancário, por exemplo, ficaram em R$ 330. Um ano antes, estavam em R$ 225.
Os pagamentos de prestações em geral foram de R$ 180 para R$ 184; os gastos com contratos de seguros subiram de R$ 124 para R$ 231; os investimentos em planos de previdência, de R$ 66 para R$ 123.
O brasileiro gastou mais com vestuário (de R$ 172 para R$ 198), com combustível (de R$ 127 para R$ 138), lazer (de R$ 112 para R$ 113), convênio médico (de R$ 119 para R$ 127) e TV a cabo (de R$ 66 para 67). A educação passou de R$ 278 para R$ 274.
Fonte: Folha Vitória