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As vendas encolheram 17,68% e o número de imóveis alugados foi 15,05% menor
Mesmo com queda nos preços de imóveis residenciais vendidos e alugados, os mercados de casas e apartamentos usados tiveram desempenho negativo em junho na cidade de São Paulo.
As vendas encolheram 17,68% e o número de imóveis alugados foi 15,05% menor em comparação com maio, segundo pesquisa feita com 353 imobiliárias da Capital pelo Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo).
O resultado de junho marca o quarto mês seguido de quedas nas vendas de imóveis usados na maior cidade do País. Em seis meses até junho, somente em fevereiro as vendas cresceram mais que no mês anterior, com alta de 27,66%. No acumulado do ano, a queda é de 31,13%.
Segundo o presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto, “mesmo com esse desempenho, os imóveis usados têm conseguido manter sua valorização”.
Foram vendidos 70,21% dos imóveis em apartamentos e 29,79% em casas. A maioria das vendas foi feita com financiamento de bancos (64,89% do total). A pesquisa registrou a locação de 55,03% em casas e 44,97% em apartamentos.
De julho de 2013 até junho último, o preço médio do metro quadrado de casas e apartamentos usados vendidos em São Paulo acumula alta de 10,81%, mais de quatro pontos percentuais acima da inflação de 6,52% apurada pelo IPCA (índice oficial de inflação) do IBGE. No ano passado, a valorização do preço médio foi de 25,88%, mais de quatro vezes acima da inflação de 5,91%.
— Enquanto houver déficit, com mais famílias precisando de moradia do que casas disponíveis para abrigá-las, continuará havendo valorização dos imóveis, especialmente dos usados, que são menos sujeitos a manobras especulativas do que os novos. Embora flutuem de acordo com a demanda e a conjuntura econômica, a tendência a médio e longo prazos é que os imóveis usados se valorizem mais que outros ativos.
Procura
Os imóveis mais vendidos em junho foram os de valor médio final até R$ 500 mil, com 64,89% do total negociado pelas 353 imobiliárias. Na divisão das vendas por faixas de valor, 63,64% concentraram-se na faixa de até R$ 6.000 o metro quadrado.
A pesquisa do Creci-SP apurou que foi de 17,7% a maior redução do preço médio do metro quadrado entre todas as unidades vendidas pelas imobiliárias consultadas.
Aluguel
O aluguel médio também se valorizou no período de julho de 2013 a junho deste ano, mas menos que a inflação. A alta acumulada do valor médio do aluguel é de 5,85%, enquanto a inflação chegou a 6,52%.
— O mercado de locação parece estar vivendo este ano uma fase de ajuste, de adequação de valores.
A explicação de Viana Neto é que os proprietários devem ter percebido a existência de um descompasso entre a variação dos aluguéis e a renda das famílias que precisam alugar imóveis e, por isso, passaram a dosar melhor os aumentos neste ano.
— É um ajuste que se expressa em números.
O presidente do Creci-SP destaca que, no ano passado, a alta dos aluguéis na cidade de São Paulo ficou quase 3 pontos percentuais acima da inflação. A inflação medida pelo IPCA do IBGE fechou 2013 em 5,91% e o aluguel chegou a 8,84%.
— Quando o aluguel sobe mais que a média dos preços e dos índices que costumam balizar aos reajustes salariais em determinado período, cria-se um desequilíbrio entre a capacidade de pagamento dos virtuais inquilinos e os valores de mercado que acaba forçando um ajuste mais à frente.
Os imóveis mais alugados na cidade de São Paulo em junho foram os de valor mensal até R$ 1.200. Eles representaram 58,07% do total de novas locações contratadas nas 353 imobiliárias pesquisadas pelo Creci-SP.
A maioria das locações foi contratada com seguro do fiador pessoa física (39,03% do total), seguido de perto pelo depósito de três meses do valor do aluguel (35,86%). As outras formas de garantia distribuíram-se entre o seguro de fiança (19,45%), a caução de imóveis (4%), a locação sem garantia (1,52%) e a cessão fiduciária (0,14%).
Inadimplência e devolução de imóveis alugados aumentaram
As 353 imobiliárias consultadas pelo Creci-SP registraram em junho na capital aumento de 11,57% na inadimplência dos inquilinos com contrato em vigor.
Ela passou de 4,15% em maio para 4,63% em junho. Aumentou também o número de imóveis devolvidos por inquilinos que desistiram da locação: foram 600 unidades. Esse número equivale a 82,76% das novas locações e é 14,53% maior que o índice de 72,26% de maio.
O número de ações judiciais propostas nos fóruns da capital em junho foi 16,92% menor que em maio — foram 3.845 e 4.268 ações, respectivamente. As ações por falta de pagamento tiveram queda de 9,7% (de 1.485 para 1.341); as renovatórias reduziram-se em 15,18% (de 112 para 95).