Os bairros que tiveram os lançamentos com metros quadrados mais caros do Brasil em 2012 mantêm em comum uma localização disputadíssma, um grande adensamento e preços exorbitantes. Com a alta demanda e a falta de espaço em bairros valorizados, os lançamentos residenciais nesses lugares são vendidos a preço de ouro. No Jardim Paulista, bairro com lançamentos mais caros do país, o valor médio do metro quadrado chegou a 14.560 reais, o que equivaleria a um apartamento de 60 metros quadrados à venda por 873.600 reais.
Neste ranking são apresentados os 20 bairros nos quais os lançamentos residenciais registraram os maiores preços médios do metro quadrado no país. As informações fazem parte do Anuário do Mercado Imobiliário Brasileiro, lançado esta semana pela Lopes, empresa de consultoria e intermediação imobiliária.
O estudo contemplou 86% do VGV (Valor Geral de Vendas) total dos imóveis lançados do país em 2012, somando 69 bilhões de reais, em lançamentos residenciais, conjuntos comerciais, flats e hotéis. Foram pesquisados 92 municípios e 19 cidades-satélite brasileiras, que representam 46% do PIB.
Caio Augusto, gerente executivo de inteligência de mercado da Lopes, comenta que a pesquisa considerou apenas regiões que tiveram lançamentos em 2012, por isso algumas regiões notadamente caras, como Copacabana e Ipanema, não aparecem no ranking. “São Paulo aparece mais do que o Rio, por exemplo, porque na média a cidade teve lançamentos mais valorizados. São Paulo teve em 2012 um ciclo forte de lançamentos em bairros consolidados, que têm um preço maior, e o Rio foi desenvolvendo regiões novas, mais baratas, por isso aparece menos entre os bairros com lançamentos mais caros”.
1º lugar: Jardim Paulista (SP)
Preço médio do metro quadrado: R$ 14.560
O Jardim Paulista é uma região já muito consolidada de São Paulo, que não tem mais espaço para lançamentos. Então, quando os incorporadores conseguem comprar uma casa ou formatar um terreno, eles alavancam muito o preço pela falta de oferta na região. O bairro tem a maior concentração de famílias de classe AAA da cidade e por isso tem todo o apelo para essa alavancagem. – comentário de Caio Augusto, gerente executivo de inteligência de mercado da Lopes.
2º lugar: Botafogo (RJ)
Preço médio do metro quadrado: R$ 13.520
Botafogo tem uma população rica e o bairro não tem terrenos disponíveis, por isso tem poucos lançamentos. Logo, quando algum lançamento é viabilizado, ele tem um alto valor agregado. – comentário de Caio Augusto, gerente executivo de inteligência de mercado da Lopes.
3º lugar: Vila Nova Conceição (SP)
Preço médio do metro quadrado: R$ 12.950
Assim como a região do Jardim Paulista, a Vila Nova Conceição tem pouco espaço disponível para lançamentos, então os incorporadores também conseguem alavancar bastante o preço. O bairro tem também um diferencial que é a Praça Pereira Coutinho, um ponto de referência muito forte, que tem muito glamour e onde todos os milionários levam as crianças para passear, é uma marca da região. – comentário de Caio Augusto, gerente executivo de inteligência de mercado da Lopes.
4º lugar: Paraíso (SP)
Preço médio do metro quadrado: R$ 12.670
O Paraíso é um trecho próximo ao eixo comercial da Avenida Paulista e fica a menos de um quilômetro do Parque Ibirapuera, por isso é um bairro muito valorizado. Também há pouca oferta de terrenos na região e nos locais que teriam essa oferta não é permitida a construção de novos prédios por questões de zoneamento. – comentário de Caio Augusto, gerente executivo de inteligência de mercado da Lopes. – comentário de Caio Augusto, gerente executivo de inteligência de mercado da Lopes.
5º lugar: Vila Madalena (SP)
Preço médio do metro quadrado: R$ 12.600
A Vila Madalena é uma região que concentra uma população de classe alta, mas com perfil diferente. É um perfil mais boêmio e artístico. É um bairro que concentra jovens bem sucedidos e que possui um estilo de vida fortemente ligado à arte. Toda colônia artística da cidade concentra-se na região. – comentário de Caio Augusto, gerente executivo de inteligência de mercado da Lopes.
6º lugar: Bela Vista (SP)
Preço médio do metro quadrado: R$ 12.480
A Bela Vista contempla a região do Baixo Augusta, que tem passado por um processo grande de revitalização, como ocorreu com a Praça Roosevelt, que foi revitalizada com incentivos públicos. Por estar próximo ao Centro, à Avenida Paulista e aos Jardins o bairro tem conseguido perder a característica de local deteriorado e vem ganhando um novo posicionamento na cidade. – comentário de Caio Augusto, gerente executivo de inteligência de mercado da Lopes.
7º lugar: Pinheiros (SP)
Preço médio do metro quadrado: R$ 12.210
Pinheiros tem o mesmo contexto da Vila Madalena, mas é mais próximo aos Jardins. É uma região boêmia, que concentra muitos artistas e tem um público mais jovem, mais descolado. – comentário de Caio Augusto, gerente executivo de inteligência de mercado da Lopes.
8º lugar: Setor Sudoeste (DF)
Preço médio do metro quadrado: R$ 11.780
O Setor Sudoeste é uma região do Plano Piloto e em Brasília não existe muita opção: ou a pessoa mora na cidade satélite a um preço mais acessível, ou mora no Piloto, que foi regulamentado com um conceito de cidade planejada. O Plano Piloto tem se desenvolvido desde a sua inauguração, mas conforme a necessidade vai surgindo, o restante do Plano, que já foi projetado, começa a ser implementado. – comentário de Caio Augusto, gerente executivo de inteligência de mercado da Lopes.
9º lugar: Chácara Santo Antônio (SP)
Preço médio do metro quadrado: R$ 11.370
A Chácara Santo Antônio e o Brooklin são extensões da Avenida Luis Carlos Berrini. São dois bairros adjacentes que fazem parte do contexto de desenvolvimento da Berrini como um centro comercial. Historicamente, a cidade se desenvolveu primeiro no Centro, depois na Paulista, desceu para a Faria Lima velha e depois para a Faria Lima nova. Agora, a Berrini e e a Chucri Zaidan são duas regiões que concentram empreendimentos mais novos e mais avançados do ponto de vista de arquitetura e categoria. – comentário de Caio Augusto, gerente executivo de inteligência de mercado da Lopes.
10º lugar: Noroeste (DF)
Preço médio do metro quadrado: R$ 11.070
O Setor Noroeste tem as mesmas características do Setor Sudoeste. Quem quer morar bem em Brasília vai para o Plano Piloto e aceita o preço que as incorporadoras impõem. – comentário de Caio Augusto, gerente executivo de inteligência de mercado da Lopes.
11º lugar: Perdizes (SP)
Preço médio do metro quadrado: R$ 10.950
Perdizes é uma região relativamente nova, que se desenvolveu muito rápido, não é tão antiga, mas já é consolidada, assim como Moema. Passou por um processo muito rápido de verticalização e hoje já há dificuldades para encontrar terrenos. É a região preferida e a mais nobre da zona oeste da cidade. O bairro não foi planejado, mas suas ruas são simétricas. Há bastante oferta de serviços, vários shoppings e o acesso à região central é bem fácil. – comentário de Caio Augusto, gerente executivo de inteligência de mercado da Lopes.
12º lugar: Vila Mariana (SP)
Preço médio do metro quadrado: R$ 10.750
Vila Mariana também entra bastante no contexto do Paraíso. É um bairro com bastante transporte, próximo ao Parque Ibirapuera e é uma região de fácil acesso. O bairro tem muitas residências horizontais e vem se desenvolvendo cada vez mais. É a mais nobre região do eixo da Linha Azul do metrô, que vai de Jabaquara à Saúde. A Vila Mariana vem sendo cada vez mais ocupada por estar em volta de regiões que abrigam centros comerciais, mas que estão muito saturadas, como Jardins e Paraíso. – comentário de Caio Augusto, gerente executivo de inteligência de mercado da Lopes.
13º lugar: Aclimação (SP)
Preço médio do metro quadrado: R$ 10.710
A Aclimação é uma região muito tradicional. Ela abriga o Parque da Aclimação, que é um atrativo muito visado por quem tem alto poder aquisitivo. Tem proximidade com a Avenida Paulista e o Centro. E os preços dos metros quadrados seguem a mesma relação da Vila Mariana e dos outros bairros: conforme os locais com metros quadrados mais caros vão ficando sem disponibilidade de terreno, os bairros próximos, menos valorizados, são ocupados, e os valores dos lançamentos aumentam. – comentário de Caio Augusto, gerente executivo de inteligência de mercado da Lopes.
14º lugar: Brooklin (SP)
Preço médio do metro quadrado: R$ 10.120
O Brooklin se parece muito com a Chácara Santo Antônio. Não tem muita disponibilidade de terreno, mas não está na Avenida Águas Espraiadas (Roberto Marinho). Por isso tem custo menor que a Chácara Santo Antônio, que é um pouco mais planejada, mais nobre e moderna. A Chácara Santo Antônio tem um “mix” de imóveis residenciais e comerciais e no Brooklin predominam os imóveis residenciais. – comentário de Caio Augusto, gerente executivo de inteligência de mercado da Lopes.
15º lugar: Centro Sul (MG)
Preço médio do metro quadrado: R$ 10.050
O mercado imobiliário de Belo Horizonte é relativamente novo e vem se desenvolvendo cada vez mais com relação aos lançamentos imobiliários. O Centro e o Centro Sul são regiões mais consolidadas, onde tudo acontece na cidade. Elas abrigam o polo comercial e o centro histórico e tudo se concentra muito nessas regiões. – comentário de Caio Augusto, gerente executivo de inteligência de mercado da Lopes.
16º lugar: Campo Belo (SP)
Preço médio do metro quadrado: R$ 9.690
Campo Belo é uma região que serviu de alternativa ao desenvolvimento dos bairros de Moema e Jardins. É um bairro pouquíssimo verticalizado onde as incorporadoras viram a oportunidade de comprar todos os terrenos e construir só imóveis de alto padrão. A região foi muito bem explorada e é também muito valorizada pela proximidade com o eixo comercial da Berrini, que pode ser acessado pela Avenida Águas Espraiadas e pela Bandeirantes. O bairro tem áreas muito bonitas e é próximo ao aeroporto. – comentário de Caio Augusto, gerente executivo de inteligência de mercado da Lopes.
17º lugar: Mata da Praia (ES)
Preço médio do metro quadrado: R$ 8.910
Mata da Praia é um dos principais bairros da orla de Vitória. É um local onde as incorporadoras construíram empreendimentos de metragem elevada. E com uma metragem grande, o preço do metro quadrado não tem como ser baixo. – comentário de Caio Augusto, gerente executivo de inteligência de mercado da Lopes.
18º lugar: Centro (MG)
Preço médio do metro quadrado: R$ 8.840
O Centro e o Centro Sul são adjacentes e seguem quase o mesmo comportamento. São regiões que concentram quase tudo na cidade. – comentário de Caio Augusto, gerente executivo de inteligência de mercado da Lopes.
19º lugar: Praia do Canto (ES)
Preço médio do metro quadrado: R$ 8.820
A Praia do Canto é muito semelhante à Mata da Praia. Também é um dos bairros mais valorizados da orla e as incorporadoras têm lançado empreendimentos caros na região. – comentário de Caio Augusto, gerente executivo de inteligência de mercado da Lopes.
20º lugar: Barra da Tijuca (RJ)
Preço médio do metro quadrado: R$ 8.720
A Barra da Tijuca é um novo eixo de desenvolvimento do Rio de Janeiro. Apesar de ser bem consolidada, a região ainda está em constante desenvolvimento e tem recebido complexos novos, empreendimentos de ponta e com arquitetura moderna. Tem sido uma alternativa a outros bairros mais adensados e nobres do Rio, como Ipanema e Copacabana. – comentário de Caio Augusto, gerente executivo de inteligência de mercado da Lopes.