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São profissionais por vocação. Mas também são advogados, engenheiros, administradores. Definir o que vem a ser um corretor de imóveis é no mínimo desafiador. A profissão vem sofrendo mudanças, que obrigam o corretor a ter outra postura.
Uma característica observada na pesquisa realizada pelo Sistema Cofeci-Creci com os corretores de imóveis do país é quanto a qualificação profissional. Atualmente, mais de 60% dos corretores de imóveis possuem ensino superior. Destes, aproximadamente 14% já incluem pós-graduação em seu currículo.
O Brasil conta hoje com 220 mil corretores de imóveis inscritos e 31 mil imobiliárias. Mas é a qualificação que define o perfil do profissional atual? O que mudou?
Ampla conexão com o mundo
Conectar-se com o mundo. Esta é a principal mudança ocorrida na visão do corretor de imóveis Abraão Dahis, que atua no Rio de Janeiro (RJ). “O novo corretor de imóveis está totalmente conectado, possui nível social, cultural e intelectual superiores, conhecimentos técnicos específicos, dinamismo e inconformismo que o permitem assim, vender não só um imóvel no prédio ao lado, mas também um flat em Miami ou um prédio inteiro a um mega-investidor”, ressalta .
O diretor de vendas da Brognoli Negócios Imobiliários, de Florianópolis (SC), Marcos Alcauza, concorda. “O perfil adequado aos dias de hoje é o de um profissional que se comunique em mais de um idioma, que conheça o mercado, a legislação e as tecnologias construtivas”, ressalta.
“Já fazemos parte de uma categoria profissionalizada”, na visão do corretor de imóveis, Thiago de Miranda Ramalho, que atua em São Paulo (SP). “A tendência é nos tornarmos cada vez mais profissionais, pesquisando, lendo, estudando, e se especializando no mercado imobiliário”, afirma.
As entidades também colaboram para o perfil de um profissional mais qualificado. Em 2000, o Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Estado de Goiás (Creci-GO) criou o curso superior para a categoria, as pós-graduações com enfoque imobiliário e, recentemente, um mestrado voltado aos profissionais, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). Segundo o presidente da entidade, Oscar Hugo Monteiro Guimarães, o investimento já rendeu frutos. “Realizamos uma pesquisa de opinião com o consumidor goianiense e o profissional obteve 77% de avaliação positiva”, ressalta.
Venda qualificada
O profissional ainda busca vender, evidentemente. Mas uma boa venda hoje é conseqüência da qualificação. “Atender bem um consumidor implica em conhecimento em arquitetura e engenharia para descrever o imóvel, em conhecimento jurídico para conduzir os negócios dentro da ética e do direito das partes, de sua capacidade analítica para avaliar a economia e os acontecimentos da geopolítica,” afirma o presidente do Creci-Go.
O corretor de imóveis Cláudio Borges, de Salvador (BA), lembra que o cliente compra benefícios e ter conhecimento de toda a infraestrutura realmente é fundamental. “Muitos corretores ainda tem dificuldade em interagir com o cliente quando se vende um imóvel avulso em virtude da falta de informação acerca do imóvel”, comenta.
Os padrões éticos também foram citados como objetivos dos profissionais atuais. “Vejo que há um grupo de novos corretores se formando no mercado que trabalham com transparência total, valorizando a verdade e lealdade em todos os relacionamentos, sejam com clientes ou colegas de profissão. A maioria hoje não quer ser somente vendedor de imóveis, mas sim participar de projetos maiores com objetivos maiores”, ressalta o corretor de imóveis Abrãao Dahis.
Para isso, hoje a disciplina é o fator decisivo “O corretor deve saber se autoconduzir dentro de uma conduta ética e de produtividade. Para isso, deve-se ter objetivos, senão desperdiça tempo e não chega a lugar algum”, afirma Borges.
Visão além do mercado
Não basta ter visão de mercado. É necessário olhar com inteligência além do que é apresentado. “O corretor precisa adquirir esta inteligência de mercado, que deve ser trabalhada constantemente como ferramenta facilitadora no trabalho. Ainda há aqueles que não se atentam nem ao menos em aprimorar as técnicas de vendas”, segundo o corretor Thiago de Miranda Ramalho.
O diretor de vendas do Brognoli Negócios Imobiliários, Marcos Alcauza define a visão de mercado atual como ampla e atemporal. “O corretor busca, nos negócios imobiliários do cliente, um resultado que supra sua necessidade de hoje sem se desvincular da necessidade de valorização patrimonial no futuro. Por isso a importância de ter sempre uma visão além”, afirma.
Na rotina do profissional da atualidade, sempre há um tempo reservado para ele rodar a cidade, com objetivo de acompanhar in loco o seu crescimento, segundo presidente do Creci-GO, Oscar Hugo Monteiro de Guimarães. “Estar informado sobre as ofertas são o ponto de partida para que profissional consiga atender as necessidades de um consumidor”, afirma.
As informações atingem o corretor de imóveis o tempo todo. A ânsia de buscar aperfeiçoamento e exercer um trabalho pautado na ética devem desde sempre fazer parte do perfil deste profissional.
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