O Globo
Segundo dirigente do Cofeci, ganho médio mensal seria de R$ 5 mil
Nos últimos três anos, o mercado imobiliário brasileiro sentiu a necessidade de contratar mais avaliadores de imóveis – um profissional que, aliás, já não era muito fácil de encontrar. Agora, com o boom produzido por Copa do Mundo e Olimpíadas, a situação ficou mais complicada: a atividade é cada vez mais requisitada e deve continuar ganhando espaço. E, segundo analistas, deve se manter em crescimento mesmo após os eventos esportivos.
– A necessidade de avaliação sempre vai existir e deve continuar crescendo – afirma Luiz Fernando Barcellos, vice-presidente de Avaliações Imobiliárias do Conselho Federal dos Corretores de Imóveis (Cofeci).
Ganhos podem chegar a até R$ 20 mil por mês
Qual é a diferença entre o corretor e o avaliador de imóveis? O avaliador é aquele que determina o valor de imóveis não apenas para comprar e venda, mas também para questões judiciais, como partilha de bens, ou para prefeituras e governos que precisam, por exemplo, efetuar desapropriações.
Além disso, para ser incluído no Cadastro Nacional de Avaliadores de Imóveis (Cnai), é necessário fazer um curso técnico de avaliação imobiliária em instituição reconhecida pelo Cofeci – os cursos estão passando por processo de recredenciamento, mas estarão disponíveis em breve no site do órgão.
– O Conselho criou o Cadastro Nacional com o objetivo de melhorar a qualidade dessas avaliações e incentivar a qualificação dos profissionais que atuam na função – explica Barcellos, acrescentando que o avaliador de imóveis pode atuar de forma autônoma ou atrelado a uma imobiliária, com ganhos mensais médios que giram em torno de R$ 5 mil.
E, segundo Edison Parente, diretor da administradora Renascença, esse salário pode chegar a R$ 20 mil:
– Depende da quantidade de avaliações feitas e do tamanho dos imóveis.
Parente explica que as análises de valor são feitas com base em comparações com os preços do mercado.
– Avaliar um apartamento de três quartos em Copacabana é mais fácil, pois há uma grande base de comparação. Já avaliar um edifício comercial de 24 andares no Centro do Rio é outra história. Essa avaliação exige métodos que só um avaliador cadastrado sabe aplicar – garante o diretor da Renascença.
Justiça usa base de dados do Cofeci
Ter o nome incluído no Cadastro Nacional também permite que o avaliador atue como perito judicial, o que amplia seu campo de trabalho.
– O banco de dados do Cofeci é consultado tanto pelas pessoas físicas ou jurídicas que desejam encontrar avaliadores de mercado, quanto por juizes que também podem nomear profissionais para avaliar imóveis envolvidos em processos de partilha ou de separação judicial – ressalta Barcellos.