Folha
Oitenta e cinco por cento das empresas de construção civil acreditam que a Copa do Mundo de 2014 trará impactos positivos para o setor e 18% informaram já perceber esses efeitos em seus negócios. Para metade (47%) das empresas consultadas, o megaevento esportivo provocará benefícios na própria empresa.
As informações fazem parte de um estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgado nesta terça-feira. A pesquisa consultou 411 empresas de todo o país, entre 1º e 15 de julho. Foram 212 de pequeno porte, 149 de médio porte e 50 grandes empresas.
A expectativa sobre os efeitos da Copa do Mundo no setor aumentam conforme o porte da empresa. Todas as empresas de grande porte ouvidas afirmaram acreditar no impacto positivo do megaevento esportivo.
Entre as de médio porte, 86% concordam com a afirmação. O número cai para 81% entre as pequenas empresas. Das médias, 6% acham que o impacto será negativo e 8% que não haverá alterações. Entre as pequenas, 12% avaliam que a influência da Copa no setor será negativa e 8% dizem que não haverá impacto.
MÃO DE OBRA
A razão para o pessimismo de algumas pequenas e médias empresas pode ser a possibilidade de falta de mão de obra e aumento de custo que as obras da Copa poderão ocasionar, segundo o gerente-executivo de pesquisa da CNI, Renato da Fonseca. “A própria pesquisa mostra que isso pode acontecer. As empresas que acham que os impactos podem ser negativos devem ter feito essa avaliação.”
Na avaliação dos empresários do setor, a mão de obra é o maior gargalo para a execução da Copa no Brasil. A falta/alto custo de mão de obra foi a resposta mais citada, com 71%.
“Hoje existe um problema da falta de mão de obra, e que vai continuar existindo, porque a demanda esta maior do que a oferta”, diz Fonseca. “Não acreditamos que a obra não vai deixar de acontecer por causa da falta de mão de obra, mas vai gerar aumento de custo e atrasos na entrega.”
A burocracia no processo licitatório foi a segunda opção mais assinalada, com 48% das respostas. Em terceiro lugar na lista dos maiores gargalos ficou o prazo curto para término da obra ou serviço (45%), seguido da elevada tributação (43%).
OTIMISMO DAS 12 SEDES
O percentual das empresas que acreditam nos impactos positivos nas suas atividades cresce entre aquelas dos 12 Estados que serão sede do evento. Sai de 47% da média geral para 54% entre as empresas do Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Nos Estados que não terão jogos da Copa, o número cai para 32%.