Luzes acesas sem necessidade, vazamentos, funcionários, excesso no consumo de água… São inúmeras causas que podem aumentar os custos dos condomínios e trazer, inclusive, mais inadimplência. Por outro lado, também é possível reduzir custos com simples revisões, trabalho em equipe e gestão de custos.
Em um recente levantamento feito em condomínios de prédios na cidade de São Paulo, abrangendo a zona sul da capital, realizado pela Qualiti Imóveis, consultoria imobiliária com 19 anos de atuação em São Paulo, folha de pagamento, manutenção das áreas comuns, principalmente piscinas e brinquedotecas, são os principais responsáveis pelo aumento de custos em condomínios e, justamente, onde também é possível implantar programas para redução de despesas.
“Estas são as áreas onde encontramos os maiores desperdícios, isso inclui manutenção de equipamentos e mau uso desses, iluminação inadequada e falhas na escolha dos dispositivos, além do mau uso da água”, explica o diretor da Qualiti Imóveis Wilson Neaime. “Mudar comportamentos e hábitos dos condôminos, assim como motivar síndicos e administradoras a terem mais iniciativa são o ponto de partida para reduzir custos”, completa.
Com uma profunda e criteriosa análise de documentações, contrato de prestadores de serviços, processos de compras de insumos em geral, entre outras tarefas, é possível apresentar um projeto com recomendações e procedimentos a serem aplicados.
“Havendo comprometimento a redução de custos pode representar lucratividade e economia, proporcionando ainda qualidade nos serviços prestados sem diminuir benefícios existentes. Uma boa gestão com administração consciente e focada nos gastos sempre será econômica e trará valores reduzidos na taxa condominial”, analisa Neaime.
Abaixo, confira a lista de possíveis custos e como reduzir suas despesas:
– Água e piscinas
Quando o condomínio não possui a cobrança de água individualizada, qualquer medida para redução de custos pode refletir muito na economia. Vazamentos, descargas, torneiras, uso de mangueiras para limpezas e manutenção dos jardins, entre outros, devem ser revistos para diminuir custos. “Despesas de água podem chegar a 15%. Torneiras e descargas podem ser substituídas pode modelos mais modernos e com menos vazão, vassouras e panos podem substituir o uso frequente da mangueira, além disso, nem toda área comum precisa de limpeza diária”, avaliar Neaime.
– Iluminação
Os custos com energia elétrica podem chegar a 6% e as medidas são simples, como substituir lâmpadas atuais por modelos mais econômicos, instalar sensores de presença em áreas comuns, principalmente as que possuem mais circulação de pessoas, como garagens e portaria, desligar as luzes das áreas de lazer após o horário de encerramento das atividades, checar as luzes dessas áreas durante o dia e, também, orientar condôminos sobre a responsabilidade de cada um.
– Folha de Pagamento
Nesta lista entram salários e seus encargos, como férias, folgas, horas extras, 13º salário, INSS, FGTS, PIS, vale transporte, dissídio anual, etc. Estas despesas podem representar até 65% dos custos do condomínio, por exemplo. “Otimizar as funções dos colaboradores, cortar horas extras e nomear um responsável para cobrar as atividades dos demais podem representar o começo de uma redução de despesas”, explica Neaime.
– Manutenção de equipamentos
Elevadores, para-raios, portões eletrônicos, câmeras de segurança, interfones, fiação, geradores, entre outros equipamentos, podem representar até 12% dos custos, quando não recebem os cuidados ideais. “Condomínios mais antigos podem ter mais despesas, pois os equipamentos podem estar desatualizados, aumentando a necessidade de correções. Substituir peças e rever os contratos de manutenção, principalmente dos elevadores, são bons caminhos para reduzir custos nesta área. Prevenção, antes de qualquer dano maior, é sempre melhor”, afirma Neaime.
– Compra de insumos
Organizar as compras e tabelá-las é uma boa saída para evitar gastos desnecessários. Muitas vezes menos é mais e comprar produtos com melhor qualidade pode ser mais vantajoso. “Produtos de limpeza, por exemplo, podem ser adquiridos em atacado, pois são mais baratos. Orientar funcionários sobre o uso consciente deles também faz parte do trabalho. O mesmo vale para a compra de insumos para a piscina, que geralmente são mais caros”, explica Neiame.
Por onde começar?
Para Wilson Neaime, implantar uma gestão de custos é possível em qualquer condomínio, independente do tamanho. Para isso é necessário empenho e compromisso, que podem começar por:
– Análise da documentação contábil;
– Análise de contratos de prestadores de serviços;
– Avaliação de processos de compras de insumos associada às rotinas administrativas e operacionais;
– Avaliação de desempenho dos funcionários do condomínio;
– Revisão, sugestão, avaliação de novos projetos e implantação.
(Agência Contatto)