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Entre os meses de julho e setembro, os resultados trimestrais das maiores empresas do setor imobiliário listadas na bolsa brasileira mostraram algumas similaridades. Boa parte delas reduziu o cash burn (uso do caixa pela companhia) e diminuiu a exposição ao segmento econômico, que concentra a presença da classe C, para voltar aos antigos nichos de atuação, que concentram um valor médio superior.
Perto do final de 2011, a relação entre o guidance projetado e os volumes entregues também ganhou importância na avaliação de analistas. Enquanto a PDG Realty (PDGR3) divulgou suas estimativas para 2012, bem recebidas pelo mercado apesar do desempenho negativo da ação, a Gafisa (GFSA3) cortou em 30% suas projeções para o término deste ano e viu o papel despencar 8,5%.
Despesas financeiras mais altas, com salários crescentes e alta nos custos de terrenos, foram outro ponto de encontro e de pressão nos balanços do setor. Ao mesmo tempo, boa parte das valuations foi reafirmada, deixando com que espaços para ganhos de até 50% para algumas ações ao final do ano fossem considerados pouco atrativos, como foi o caso da MRV Engenharia (MRVE3) e da Gafisa.
As últimas duas semanas, quando aconteceram as principais divulgações de resultados do setor, ainda trouxeram um desencontro entre projeções de analistas e o desempenho das ações. A reação positiva esperada pela Itaú Corretora após o balanço da PDG Realty, culminou em uma desvalorização de 2,52% do papel no dia seguinte. Por sua vez, o resultado da Rossi (RSID3), que não seria um driver positivo no curto prazo na opinião do Credit Suisse, levou o ativo à maior arrancada dentre as empresas do setor, com alta de 6,04% no pregão seguinte.
Após resultados majoritariamente negativos, as outras particularidades da temporada de resultados para as imobiliárias o Portal elenca abaixo. Confira!
PDG Realty: novo guidance não animou
Rossi: compromisso com corte de despesas traz otimismo
Gafisa: números ruins, redução do guidance e maior queda da temporada
Cyrela: tentando voltar aos trilhos
Brookfield: lucro líquido e margens ruins puxam queda de 3,65%
MRV: com baixa renda menos atrativa, papel cai 3,55%
Confira o desempenho das companhias após o resultado:
Empresa | Código | Data de divulgação | Desempenho no pregão seguinte | Avaliação dos analistas |
Gafisa | GFSA3 | 15 de novembro | -8,50% | abaixo do esperado |
PDG Realty | PDGR3 | 11 de novembro | -2,52% | acima do esperado |
Rossi | RSID3 | 10 de novembro | +6,04% | abaixo do esperado |
MRV | MRVE3 | 14 de novembro | -3,55% | dentro do esperado |
Brookfield | BISA3 | 11 de novembro | -3,65% | abaixo do esperado |
Cyrela | CYRE3 | 9 de novembro | +0,42% | dentr |